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Vamos falar de ….

Violência em Contexto escolar

A Violência em Contexto Escolar é um tema actual e de grande relevância, com implicações globais, a nível escolar, familiar e a nível da sociedade.

Define-se violência como a utilização de agressão ou poder/influência física ou psicológica, ameaça face a outra pessoa, grupo ou comunidade. Tem como objectivo ferir o outro, física ou psicologicamente, incluindo a manipulação e sedução com o objectivo de obter algo, coagir ou demonstrar domínio e poder sobre outrem.

No contexto escolar podem ser utilizados vários tipos de violência e perpetuados pelos diversos intervenientes alunos, professores, pessoal auxiliar à educação ou comunidade envolvente. A violência escolar inclui o bullying, lutas, abuso ou assédio sexual, posse e/ou utilização de armas e gangs violentos.

A violência pode ter graves consequências, pode resultar em mal estar, lesões, morte, danos psicológicos ou exclusão e isolamento social. Geralmente a violência na escola não é mortal mas pode causar sérios danos no desenvolvimento psicoafectivos e social das crianças e adolescentes.

Na infância e na da adolescência, a violência é considerada um comportamento de risco para um desenvolvimento saudável.

A escola está referenciada como sendo responsável pela transmissão de normas e padrões comportamentais. Na sociedade actual, a escola representa um papel determinante no processo de socialização e aprendizagem das crianças e dos adolescentes. No entanto, nalguns casos esta tarefa não é efectuada com o sucesso desejado.

A violência em contexto escolar poderá estar associada por um lado, ao aumento da escolaridade obrigatória, o que aumenta a permanência dos jovens na escola, e por outro à inadequação do ensino às diferentes culturas, expectativas, motivações e competências dos alunos. A agressividade pode surgir como uma resposta a um fraco envolvimento e sucesso escolar.

Causas da Violência

Não se pode identificar uma causa única para o comportamento agressivo, propõe-se uma abordagem compreensiva baseada no Modelo bio psicossocial, ou seja, na origem do comportamento agressivo está a interligação entre factores biológicos, ambientais e interpessoais e factores de personalidade.

A violência resulta da junção e articulação de diversos factores da vida e do ambiente do indivíduo.

 

Factores protectores da violência, são aspectos da criança, do adolescente ou do seu ambiente que diminuem o risco de vir a desenvolver comportamentos violentos.

· Factores biológicos e atitude intolerante face a comportamentos violentos

· Relação próxima e afectiva com a família reduz a vulnerabilidade a criança e o adolescente de ter comportamentos violentos ou ser vitima.

· Disponibilidade e proximidade dos professores, escola com médico, enfermeiro e psicólogo e apoio social.

· Elevado envolvimento e participação pró-social na escola e na comunidade envolvente.

 

Factores de risco, são factores que aumentam a probabilidade de envolvimento em comportamentos violentos, quer como vítimas, quer como agressores.

· Factores biológicos (alguns estudos salientam a predisposição biológica para a agressividade)

· História de agressão precoce, consumo de substâncias antes do 12 anos de idade, ousadia elevada, baixo nível cognitivo (baixo nível de inteligência). Crianças e adolescentes agressivos podem apresentar uma tendência para uma perturbação a nível da personalidade, caracterizada por um desrespeito pelo outro, falta ou ausência de empatia, dificuldades de ligações íntimas e comportamento impulsivo.

· Fraco envolvimento familiar, criminalidade parental, fraca supervisão parental e separação/afastamento dos pais. A presença de condutas agressivas no seio do contexto familiar e social próximo da criança e do adolescente podem servir de modelos na adopção de comportamentos agressivos por parte destes e funcionar como estratégia aprendida e reforçada de resolução de conflitos.

· Fraco envolvimento escolar e precoce insucesso académico, falta de apoio dos professores e disciplina fraca ou inconsistente na sala de aula.

· Pertença a uma comunidade predominantemente com estatuto socio-económico baixo/muito baixo, fracas ou infra-estruturas inexistentes.

· Exclusão social e discriminação na escola e na comunidade envolvente. A exposição à exclusão e à discriminação tendo como base características pessoais dos alunos (peso, aparência física, handicap físico, etnia estão associadas a níveis menos favoráveis de saúde mental e de ajustamento, ou seja, factores como os acontecimentos de exclusão ou de discriminação vão afectar a identidade e a auto-estima global do sujeito, assim como provoca um contexto de stress, levando, consequentemente, a problemas emocionais e comportamentais

 

Tânia Gaspar - Psicóloga Clínica

 

 

E o que será o Bullying?

Não percas a próxima publicação!

Vamos falar de…

 

Bullying


O conceito de Bullying é hoje em dia muito falado, e não poderíamos deixar de falar sobre ele!!!

O bullying e a agressão física são os tipos de violência mais comuns nas escolas europeias, inclusive em Portugal.

O bullying constitui um comportamento intencional e sistemático, um comportamento agressivo num contexto muito específico - a escola - é um tipo de violência entre os alunos, que está a ganhar uma crescente atenção da comunidade escolar e mesmo da população em geral.

O bullying ocorre quando um ou vários alunos exercem acções agressivas / negativas (como por exemplo chamar nomes, bater, ser excluído de actividades) sobre outro(s), esse comportamento tem  a intencionalidade de provocar mal-estar e sofrimento, acontece repetidamente e pode durar semanas ou anos, verifica-se ainda, um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desenrola-se entre o agressor e a vitima que não se consegue defender.

Tipos de bullying
- Insultar, dizer mentiras, espalhar boatos
- Intimidar, fazer ameaças
- Chamar nomes, alcunhas, gozar, fazer troça    
- Roubar, extorquir, bater, danificar objectos
- Utilização de armas
- Fazer comentários ou gestos ordinários, e/ou piadas sexuais
- Abuso ou assédio sexual
- Exclusão social, deixar fora de actividades/brincadeiras de propósito e discriminação pela cor da pele, religião, etc.
 

Perfil do agressor

- Desejo de domínio, poder e intimidação

- Atitude tirânica recorrente

- Atitudes delinquentes                                                         

- Desrespeito pelas normas / direitos dos outros

- Fraco envolvimento escolar e com os professores e

- Baixo rendimento escolar

- Alta auto-estima

- Extroversão

 

Perfil da Vitima

-Baixa auto-estima

- Ansiedade / medo / fobias

- Sintomas físico (dores de estômago, etc)

- Sintomas psicológicos (tristeza, etc)

- Isolamento social / timidez

- Angustia, stress

- Dificuldades de concentração, atenção e de aprendizagem

- Fraco envolvimento ou mesmo abandono escolar

- Suicídio 

 

Tânia Gaspar - Psicóloga Clínica

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Abril: mês da prevenção dos maus tratos na infância
 

Abril é o mês Internacional da Prevenção dos maus tratos na Infância, e por isso surgem campanhas de alerta para a prevenção dos maus tratos dos quais muitas crianças e jovens ainda sofrem nos dias que correm.

 

Perante esta realidade, vamos falar sobre a Declaração dos Direitos da Criança!

Em 1948 a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Onze anos mais tarde, a 20 de Novembro de 1959, foi adoptada por unanimidade a Declaração dos Direitos da Criança.

Nos termos da Declaração, a criança deve gozar de protecção especial e beneficiar de oportunidades e facilidades para desenvolver-se de forma saudável e normal e em condições de liberdade e dignidade.
É-lhe reconhecido o direito a um nome, a uma nacionalidade e à Segurança Social. Proclama o direito a uma alimentação adequada, a alojamento e a cuidados médicos. A criança, física e mentalmente diminuída, ou socialmente desfavorecida, deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que o seu estado ou situação exigem. De acordo com o Gabinete de Documentação e Direito Comparado, a Declaração reconhece ainda a necessidade de amor e compreensão para o desabrochar harmonioso da personalidade da criança, bem como o dever dos poderes públicos prestarem especiais cuidados às crianças sem família ou sem meios de subsistência suficientes.

A criança tem direito a uma educação que deve ser gratuita e obrigatória pelo menos ao nível básico. Deve beneficiar de uma educação que contribua para a sua cultura geral e lhe permita, em condições de igualdade de classes, desenvolver as suas faculdades, opiniões pessoais, sentido das responsabilidades morais e sociais e de se tornar um membro útil à sociedade. A criança que se encontre em situação de perigo deve estar entre os primeiros a receber proteção e socorros. Deve ser protegida de todas as formas de negligência, crueldade ou exploração e não deve trabalhar antes de ter atingido a idade mínima apropriada.

Todas as crianças tem o Direito a Ser Crianças!

Por que arriscam os jovens as suas vidas no jogo Baleia Azul?

Especialistas alertam os pais para estarem atentos aos comportamentos dos filhos e para dialogarem, mas sem proibir o acesso à Internet.

 

Foi há uma semana que Bárbara Ramos Dias, psicóloga em Oeiras, recebeu o primeiro alerta para o jogo Baleia Azul. Um adolescente ligou-lhe porque não sabia o que havia de fazer. Se não jogasse matar-lhe-iam os pais, disse. A psicóloga descansou-o. Já esta semana, outro jovem contactou-a por causa do mesmo jogo e da mesma ameaça.

 

A Baleia Azul tem cerca de meia centena de instruções – Tito de Morais, do projecto Miúdos Seguros na Net, recusa-se a chamar-lhe “desafios” porque são “coisas terríveis” – que induzem quem adere ao jogo a praticar actos de automutilação. O fim último é o suicídio. Este jogo terá começado na Rússia e já se espalhou pelo mundo, tendo chegado agora a Portugal com o primeiro caso de uma jovem no Algarve que se atirou de um viaduto.

 

Quem são os jovens que aderem? Para Bárbara Ramos Dias, que trabalha com adolescentes e faz consultas através do skype, são apenas miúdos que “acreditam naquelas ameaças, têm medo que façam mal aos pais e, por isso, fazem tudo o que o jogo manda”.

 

Margarida Gaspar de Matos, especialista em saúde pública e responsável pelo estudo Health Behaviour in School-Aged Children, da Organização Mundial de Saúde, lembra que faz parte da adolescência querer arriscar e testar os limites, mas também aderirão os jovens mais “desorganizados e com menos perspectivas de futuro”.

 

Rosário Carmona e Costa, psicóloga especialista em adição à Internet, cyberbullying e psicologia da web, que publicou recentemente o livro iAgora? sobre as dependências das crianças e adolescentes dos ecrãs, é da mesma opinião e lembra as corridas de alta velocidade na ponte Vasco da Gama como um dos comportamentos de risco e de tentativa de testar limites. “Esta é a versão electrónica do experimentar álcool ou drogas pesadas, ou outras coisas em que arriscamos e testamos os limites”, acrescenta Margarida Gaspar de Matos.


“O que me espanta não é como surgiu o jogo, mas como as pessoas que o fizeram são tão conhecedoras do comportamento humano. O jogo parece uma coisa improvável [pedir a alguém que se automutile], mas quem o fez sabe que quem vai jogar entra num clima crescente que o faz não querer parar e continuar a arriscar”, reflecte a especialista. Além disso, o facto de ser online faz parecer que nada daquilo é real e os jovens têm uma “sensação de invulnerabilidade e de que não estão a correr um risco real”.

 

Bárbara Ramos Dias conta que um dos desafios é ouvir uma música psicadélica e subir a um prédio, ao mais alto possível. “É um jogo de manipulação”, define. E pode também ser de pressão social, avança Gaspar de Matos. Não esquecer que os adolescentes têm necessidade de pertença e de procurar a novidade, acrescenta Carmona e Costa.

A psicóloga que dá consulta no Cadin, em Cascais, lembra que tem havido outros jogos na Internet com propostas semelhantes: sítios onde os adolescentes são convidados a cortarem-se em conjunto, outros onde lhes propõem o choro colectivo, incentivam ao suicídio, ou “quem disser mais mal de si próprio é o melhor”. O jogo Baleia Azul é um “cocktail explosivo”, sobretudo para miúdos que acreditam que são invulneráveis, que o mal só acontece aos outros ou então para aqueles que têm défice de auto-controlo. “É comum os adolescentes pensarem que têm tudo sobre controlo e não têm”, analisa Carmona e Costa.



Mais tempo de família, menos de telemóvel

No livro iAgora?, Rosário Carmona e Costa analisa o comportamento dos pais quando os filhos têm um problema de dependência dos ecrãs e conta que, a maior parte das vezes, os pais demitem-se do seu papel por “acharem que não vale a pena intervir porque não são competentes para o fazer”. A psicóloga discorda desta atitude. “Os pais sabem o que é demais, o que é um comportamento que não se aceita. É importante que os filhos saibam que os pais estão a controlar os seus comportamentos. Os miúdos esperam isso dos pais”, defende.

Sentados à mesa, pais e filhos estão, cada um, nos seus telemóveis. O filho adolescente pode estar a ver a próxima proposta que o jogo Baleia Azul lhe faz que os pais não saberão pois também eles estão embrenhados no mundo virtual. Aos pais cabe estar atentos e “dotar os filhos de competências e regras”, aponta a psicóloga. “Os pais têm de preparar os filhos para saberem identificar um comportamento de risco, para saberem dizer ‘não’ e, se já estiverem dentro do jogo, para saberem pedir ajuda”, enumera Carmona e Costa.

 

Também Gaspar de Matos recomenda que não se ralhe nem se proíba o acesso às novas tecnologias, “isso é privá-los de estarem com os seus pares”. Em vez disso, há que estar atento, conversar – “conheces alguém? Como é que é esse jogo? Não achas que é um disparate?”. “É preciso que as famílias mostrem cumplicidade, é preciso uma grande serenidade por parte dos pais, mas sem proibir [porque se o fizerem] eles vão tentar”, alerta a especialista. “Eles fazem-no às escondidas, o jovem tende a esconder-se. Por isso, não vale a pena fazer um braço de ferro”, acrescenta.

 

A psicóloga Bárbara Ramos Dias pede aos pais para, além de dialogarem com os filhos, estarem atentos a outros sinais: ver constantemente o corpo dos jovens para ver se há sinais de corte, estranhar se andarem muito vestidos, observar se se isolam, se o comportamento mudou, se estão apáticos. “O melhor é falar sobre o jogo e dizer-lhe que é mentira, que alguém o criou para lhes fazer mal e transmitir-lhes confiança”.

 

No Brasil, conta Tito de Morais, foi criado o jogo Baleia Rosa com 50 desafios pela positiva. As famílias podem pegar nesse jogo e fazê-lo, propõe. Assim, em vez de a primeira indicação ser tatuar com uma faca na sua própria pele uma sigla, como pede a Baleia Azul, propõe-se escrever com uma caneta na "pele de alguém o quanto você a ama".

Os jovens precisam de ter um sentido para a vida, aponta Gaspar de Matos, algo que descubram que os faça ter satisfação. Precisam de fazer outras coisas que não seja estar só à frente de um ecrã, aconselha Carmona e Costa. “É preciso promover tempos de família que protejam os jovens de comportamentos de risco”, conclui.


28 de Abril 2017
Bárbara Wong

Notícia Retirada de: http://lifestyle.publico.pt/noticias/372997_por-que-arriscam-os-jovens-as-suas-vidas-no-jogo-baleia-azul

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